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sábado, 19 de novembro de 2011

Eles não chegaram aos 30 - o Clube dos 27

'Live Fast, Die Young and Leave a Good-looking Corpse'
 (Viva rápido, morra jovem e deixe um lindo cadáver)

Essa frase proferida pela primeira vez no cinema em 1949  por John Derek no filme  Knock on Any Door (O crime não compensa) e depois também usada por James Dean, parece ilustrar bem as similaridades com esse estranho grupo de artistas - o Clube dos 27. 

Prestes a completar 4 meses das morte precoce da cantora inglesa  Amy Winehouse, trago novamente esse assunto, tão já apresentado na mídia recentemente sobre as coincidências em relação aos artistas ligados ao rock que partiram muito jovens, aos 27 anos de idade, depois de terem vivido experiências muito intensas.  É o Clube dos 27 que conta além da nova integrante inglesa, com Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison,  Kurt Cobain, entre outros.   Eles têm muito em comum além da música: o estilo de vida marcado por escândalos, drogas, polêmicas, depressão,  suicídios e  mortes não muito bem explicadas.

Esses jovens, por várias razões, vão ficar para sempre na história da cultura ocidental.  Suas influências não só na música, mas no estilo, pensamento e até no visual influenciaram e continuam a influenciar muita gente. E independentemente de gostar (ou não) e se identificar com a expressão de cada um deles, suas experiências deixam lições e reflexões.

Como um blog que tem por foco a Moda e a Arte, nesse post quero fazer uma breve homenagem a  5 artistas desse grupo  procurando focalizar seus estilos de visual no palco e em exposições públicas,  trazendo  um pouco da época em que viveram e como acabaram influenciando suas gerações de alguma maneira.


JIMI HENDRIX
Seatle, 27/11/1942 – Londres, 18/09/1970

Considerado por muitos o “melhor guitarrista de todos os tempos”. Um dos ícones do movimento hippie dos anos 60 e grande influência para os jovens dessa geração. A expressão da liberdade, a quebra dos paradigmas, a revolta contra o sistema e a violência são marcas compartilhadas pelo artista. Os sons inconfundíveis de sua guitarra  que deixavam multidões em transe, juntamente com as drogas.
Woodstock - Agosto de 1969
Drogas em excesso, escândalos, polêmicas também marcaram a vida e morte desse jovem.  As causas de sua morte são associadas à overdose por alguns, mas por excesso de remédios para dormir por outros.
Jimi, além de ser um excelente guitarrista e amar a música, também desenhava e gostava de criar as estampas para as roupas que usava em suas apresentações. Muitos de seus desenhos psicodélicos ficaram por muitos anos longe do conhecimento do público.  Há poucos anos foi descoberta uma valiosa coleção de desenhos do artista, feitos com canetinhas hidrocor. Os desenhos são de um colecionador americano.


Desenhos originais feitos por Hendrix
Para quem quiser a Rock Art Brasil comercializa alguns produtos  que trazem estampas dos desenhos originais de Hendrix.  A comercialização e divulgação desses produtos foi uma iniciativa do único irmão do artista, o também músico Leon Hendrix.





JANIS JOPLIN
Port Arthur (Texas), 19/01/1943 – Los Angeles, 04/10/1970

Sua voz forte e marcante era sua principal característica. Com influências do jazz e do blues tornou-se um dos ícones do rock psicodélico e de toda a geração dos 1960.

Janis em Woodstock, 1969
Sempre com muitos acessórios e cores
Vestia-se como os artistas e poetas da Geração Beat (movimento sócio-cultural do pós segunda guerra que pregava um estilo de vida anti-materialista).   Janis usava cabelos longos e soltos, óculos de sol coloridos, saias, vestidos florais... Um look despojado,  típico dos hippies.

Ela foi a primeira roqueira a inventar seu próprio estilo. Dizem que frequentava muito os brechós e armários dos amigos em busca de peças para misturar e criar seus looks, de maneira exclusiva. Ela queria ser diferente!
Janis customizavas suas próprias roupas com bordados e pedrarias (influência do estilo indiano, também). Usava  botas cowboy com saias,  misturava couro com tie-dye (indiano novamente) e se enchia de acessórios - pulseiras e colares, sempre, pois gostava do som das peças chacoalhando. Para informações bem detalhadas sobre o estilo e escolhas de Janis para o seu visual encontrei esse post bem bacana (http://www.pcs.org/blog/item/janis-joplin-daring-to-be-different/).

Sua curta e intensa vida foi marcada por drogas e álcool em excesso.

Posso não durar tanto quanto as outras cantoras,
mas sei que posso destruir-me agora se me preocupar
demais com o amanhã. (Janis Joplin)

E a afirmação acima parece que foi seguida, mesmo. Sua morte prematura e já esperada por todas as circunstâncias em que a jovem  vivia  teve como causa uma  overdose de heroína.

O filme The Rose, de 1979, que tem Bette Midler no papel principal, é um  relato levemente disfarçado da carreira de Janis Joplin. Uma ótima recomendação para quem quiser conhecer um pouco mais sobre a vida breve e intensa da jovem cantora.



JIM MORRISON
Melbourne (Florida), 8/12/1943 – Paris, 03/07/1971

Líder e cantor da banda de rock The Doors e autor da maior parte das letras da banda.
Visual típico de Morrison no início de sua carreira
Com visual muito diferente dos dois artistas acima, sempre aparecia com os cabelos ondulados na altura do pescoço, roupas clean, com poucos (às vezes, nenhum) adorno. Queria o foco para sua arte, a música e a poesia. Mas, mesmo sem querer, ele era daqueles sex symbols  que deixava todo mundo histérico em suas aparições. Com personalidade forte e uma predileção pelos assuntos mais escuros, como morte, sofrimento,  dor, ele nos lembra os poetas românticos do século XIX, até no visual.
No final da década de 60 ele aparece com esse visual:
mais gordo e com barba.
Uma vida  breve, mas marcada por drogas e escândalos (incluindo prisão e julgamento).

Morrison foi encontrado morto na banheira de seu apartamento, em Paris, e segundo relatório oficial, a causa da morte foi um ataque cardíaco.  Ainda hoje, depois de mais de 40 anos de sua morte ainda há rumores sobre as circunstâncias de sua morte e as dúvidas sobre overdose ou assassinato.  ATé hoje o local onde está enterrado, o cemitério Pere Lachaise em Paris, é um local muito visitado por fãs e curiosos.

Uma boa dica para saber mais sobre esse artista  é o filme The Doors (1991) com a brilhante e emocionante atuação do ator Val Kilmer, que parece que incorporou mesmo a vida do protagonista. 


KURT COBAIN
Aberdeen, 20/02/1967   -  Seatle, 05/04/1994

 O artista grunge dos anos 90 também faz parte desse clube. Encontrado morto nas dependências de sua casa em Seatle, as  investigações policiais afirmam que o ex-líder do Nirvana cometeu suicídio, mas boa parte de seus fãs acredita que ele foi assassinado.

Visual clean, jeans, camiseta e cardigan,
também intimista e romântico
Kurt foi um dos principais representantes desse movimento grunge do início dos anos 90. Seu estilo, na música e na roupa influenciou toda essa geração e até hoje está presente principalmente entre os jovens.

Calças jeans rasgadas e bem soltas.
Roupas largas, sobrepostas, camisetas e camisas, tênis
marcam o estilo grunge que começou em Seatle.

Assim como dos outros jovens, a morte de Cobain causou muita comoção entre todos, especialmente seus fãs.


AMY WINEHOUSE
Londres, 14/09/1983  - Londres, 23/07/ 2011

A vida de Amy foi marcada por um longo histórico envolvendo uso de drogas, bebidas e tentativas de reabilitação. Muitas de suas aparições em público, e em shows,  mostravam uma pessoa um tanto quanto perturbada e, ao mesmo tempo, segura de si mostrando ao mundo sua voz forte, marcante cantando músicas que muito diziam sobre sua própria vida (como Rehab, por exemplo). 



Maquiagem e penteado
típicos da cantora
A imagem de Amy era marcante, seu estilo inconfundível.  Trazia uma mistura de estilos, com os olhos sempre muito marcados e o cabelo muito armado com penteado inspirado nas divas dos anos 1950/60, com adornos delicados e femininos, na maioria das vezes.

Usava cores fortes na maioria das vezes e em roupas e acessórios simples, como as sapatilhas de balé. Parecia que estava em outra época, outro tempo, por conta desse visual. Mas suas muitas tatuagens pelo corpo a colocavam novamente na era contemporânea.

Looks de Amy

Sua morte recente ainda será muito investigada, comentada e sofrida pelos seus muitos fãs e admiradores.  A jovem se foi e o que fica para seus fãs e todos aqueles que vivem nesse momento e a conheceram é o seu trabalho, sua música e os ensinamentos que se pode tirar de seu estilo de vida.


E termino esse post com o trailler de um filme sobre esse estranho clube e desejando que não tenha mais sócios ou frequentadores.











2 comentários:

Elaine Cuencas disse...

Lu, existe uma crônica do Arnaldo Jabor, escrita quando o Kurt morreu, maravilhosa...fala a respeito dos poetas românticos...quem sabe você pode encontrá-la! Estes posts estão ótimos! bjs,...

Luciana disse...

Que bacana, Elaine. Obrigada pela dica. Vou procurar, sim, e quem sabe faça um complemente aí no post. Um beijo!