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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A Bonequinha de Luxo fez 50 anos!

Imagem inesquecível:
Audrey como Holly Golightly 
Audrey Hepburn para sempre será lembrada por seus papéis marcantes no cinema. Um deles, sem dúvida, é o norte-americana interiorana que vai buscar sucesso, luxo e dinheiro em Nova York, como garota de programa, no final da década de 50. Estamos falando de  Holly Golightly, a famosa personagem de Breakfast at Tiffany's de Truman Capote, escrito em 1958.

Capote havia pensado em sua diva e adorada Marilyn Monroe  para o papel de Holly, mas a Paramount Pictures preferiu Audrey. A escolha deu muito certo e Audrey, no auge de sua carreira e beleza, ficou eternizada nesse papel. Quem não tem em mente a imagem da bela moça com vestido preto longo, jóias, óculos escuros e piteria em frente à famosa joalheria em Nova York tomando seu café?


Por volta das 6 da manhã, Holly observa a vitrine da Tiffany's
 na deserta 5a. Avenida, em Nova York

A versão para o cinema, dirigida por Blake Edwards, completou 50 anos. Era o começo do mês de outubro de 1961 quando o filme foi lançado nos Estados Unidos. 

Audrey Hepburn, então com 31 anos de idade e com um bebê recém nascido, hesitou em aceitar o papel por achar que ela não era tão extrovertida como Holly deveria ser. No final, achou que foi um de seus melhores trabalhos pelo desafio que lhe proporcionou.

O  designer francês  Hubert de Givenchy  era amigo e parceiro profissional de Audrey. Ele já havia feito seus figurinos para Sabrina, em 1954 e para Funny Face (Cinderela em Paris), em 1957. Mas sua obra de arte foi, sem dúvida o famoso vestido preto da primeira cena de Bonequinha de Luxo, além dos outros modelos que a atriz usou no filme.



Um pouco sobre o pretinho básico


Desenho de Chanel para a Vogue de 1926
Em 1926 a revista Vogue  publicou uma ilustração de um vestido preto de Chanel.   Foi ela, sim, que trouxe o uso do vestido preto para as mulheres,  e essa é  uma de muitas de suas revoluções na moda e no comportamento da mulher. Antes dos anos 20 as mulheres não usavam preto, somente no período de luto.

Durante o período de Depressão e Guerra, décadas de 30 e 40, as mulheres tiveram que trabalhar fora e a era da ostentação ficara  pra trás. Nesse momento o vestido preto, sóbrio, sério, tomou conta das escolhas das mulheres.




Com o fim da guerra e o surgimento do New Look de Dior, em 1947, o vestido preto passou a ter uma cara mais descontraída e glamorosa. Agora com cintura apertada e quadris avantajados o vestido preto era usado com golas e luvas brancas, colares de pérolas, sapatos coloridos e estola de pele. A simplicidade dos anos 30 havia ficado para trás. E nas décadas seguintes o pretinho básico tornou-se realmente famoso e nunca mais perdeu seu espaço, sendo usado por todas incluindo celebridades e primeiras-damas como a chique Jacqueline Kennedy.

Woman in black. Modelo de Dior da década de 50.
A volta da feminilidade através do excesso de tecido e cintura marcada

Mas o vestido usado por Audrey em Bonequinha de Luxo é um dos mais famosos  do tipo pretinho básico ou em inglês LBD (little black dress)  e é, sem dúvida, um dos ícones da moda do século XX  e da história do cinema. O vestido sinaliza uma nova mulher, que não precisa de muito tecido para se mostrar e nem ter muitas curvas ou corpo muito sensual à mostra. É simples, chique, elegante e a personagem que o usa tem imponência e personalidade.

É assim que Holly aparece na primeiras cenas na deserta 5a. Avenida numa manhã bem cedinho. Mas além desse longo preto, que só aparece no início do filme, Audrey usa outro vestido preto só que curto, na altura do joelho em duas ocasiões distintas: quando vai à prisão numa manhã de quinta-feira visitar seu amigo mafioso que está preso, e numa festa em sua casa. 
Outro famoso LBD usado no filme. Detalhe da piteira como acessório.
O cigarro aparece em quase todas as cenas do filme.


Bonequinha de luxo  ganhou  dois Oscars, melhor trilha sonora para a canção Moon River de Johnny Mercer e Henry Mancini (feita para Audrey  cantar em uma das passagens do filme, belíssima!), e melhor direção de arte e figurino.


Holly chegando em casa com José
 e ainda não sabe da triste notícia


Além dos vestidos preto Audrey usou, ao longo do filme, outras modelos e cores e parece que a escolha do figurino acompanha o desenrolar da personagem e seu estado de espírito. Um de meus modelos favoritos é o vestido pink, acompanhado com o  casaco da mesma cor que Holly usa quando sai com seu pretendente brasileiro, José. Nessa cena ao chegar em casa ela recebe a triste notícia da morte de seu irmão e tem um colapso.

Nas cenas seguintes já não vemos mais Holly vestida com tanto glamour e nas cenas finais o luxo dá lugar à simplicidade. A cena final é clássica também, e é o oposto da cena de abertura. Holy na chuva, no meio de um local parecendo um lixão procura seu gato, com cabelo despenteado e usando uma raincoat, apenas. Não há jóias, não há breakfast e muito menos Tiffany´s. 

Desespero de Holly procurando seu gato nas cenas finais do filme
E o filme termina com um cena romântica. Mas atenção, essa é a versão do filme e é dessa obra que falamos aqui nesse post. Para conhecer a vida e destino da Holly Golightly, criada por Truman Capote é necessário ler o livro. Há muitas diferenças entre essas duas versões, principalmente o final.

Termino com o trailler oficial do filme, para provocar ainda mais a curiosidade e interesse daqueles que ainda não o assistiram.